Alexandre Nero em Vitória

Da “máquina de pensarte” ele faz parte, mas garante que não sabe bem como. Ser ator para Alexandre Nero foge às métricas das escalas musicais…

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Da “máquina de pensarte” ele faz parte, mas garante que não sabe bem como. Ser ator para Alexandre Nero foge às métricas das escalas musicais, tão conhecidas de suas canções poéticas-escrachadas.

Ser ator é, para o curitibano indicado recentemente ao Emmy Internacional pela interpretação de Romero Rômulo (“A Regra do Jogo”), carregar no peito possibilidades sem-fim. “Eu não sei, o negócio chega a ser tão grandioso, que qualquer definição fica reles”, afirma Nero, que desembarca por aqui no final de semana com o espetáculo “O Grande Sucesso”, no 8º Circuito Unimed de Teatro.

Alexandre descobriu-se artista por necessidade. “Perdi meus pais muito cedo, e a única sobrevivência que eu via no momento era tocar violão no barzinho, mas nesse tempo não era artista, era um operário da música. O que me fez artista foi a sorte de conhecer pessoas brilhantes que cruzaram a minha vida”, conta ele.

Hoje é cantor, compositor, ator, músico, diretor de cinema… Sempre desconstruindo os limites dos gêneros, fez música que é poesia, poesia que é performance, performance que é dança, dança que é teatro.

“O Grande Sucesso” é uma grande e bonita “aventura criativa coletiva” de atores-músicos curitibanos. Um musical que nada tem dos moldes da Broadway, que flerta com o circo e foge ao convencional: não é sempre que se vê uma atriz tocando violino e passeando pelo palco deitada em um carrinho de rolimã! “As pessoas podem até não gostar, mas elas não vão poder negar que é original”, garante.

Nas coxias
A história se passa nas coxias de um teatro (em uma alusão à tradição de comédia de bastidores) e todos os personagens são atores secundários que aguardam o momento de entrada em um espetáculo que já está em sua terceira hora.
As indagações de Nero ganham voz nesse intervalo existencial. Questões teatrais permanentes, como qual é o papel do ator, os fracassos, os sucessos, o limbo das coxias – que nunca terão a ilusão e a fantasia do palco, ao mesmo tempo que jamais serão como a vida real. Tudo é questionado por aquele grupo de atores.

“Sucesso não tem a ver com dinheiro, status ou glamour. É mais que isso. Pra mim, por exemplo, antes mesmo de subir ao palco essa peça já é um sucesso, porque eu estava trabalhado com pessoas que eu gosto, fazendo o que eu gosto, falando o que eu acredito. Se isso não é sucesso eu não sei o que é!”, garante o ator, para quem o sucesso é uma conquista diária, de “se libertar das expectativas dos outro, afinal, expectativas são boas apenas como aperitivos para os drinques”.

A trilha sonora original (vale destacar a versão musical do “Poema em Linha Reta”, de Fernando Pessoa), criada durante os ensaios, e os figurinos coloridos ajudam a criar uma atmosfera nonsense, característica da linguagem de Alexandre. “O espetáculo não dá respostas, ele dá perguntas e cada um pense na resposta que assim desejar ”, conta Nero. “O Grande Sucesso” é uma peça engraçada, mas difícil – são aforismos desaforados que causam riso – um riso cínico e doloroso.

“O Grande Sucesso”
Quando: sábado (12), às 21h, e domingo (13), às 19h30.
Onde: Teatro Universitário, Ufes, Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória.
Ingressos: térreo – R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia); mezanino – R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). Assinantes de A GAZETA têm 50% de desconto. À venda na bilheteria do teatro (das 15h às 20hs) e no site www.ingresso.com.
Informações: (27) 3335-2953 e (27) 3029-2765.

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